14/09/2012

Clássico, bonito e eterno...

40 anos morria o mestre da alta-costura Cristobal Balenciaga. De legado, um estilo que influenciou gerações de costureiros e uma moda a temporal que continua a inspirar.
“Uma mulher não tem necessidade de ser perfeita ou mesmo bonita para vestir o meu vestido, o vestido vai fazer tudo isso para ela”. A frase é de Balenciaga e deixa claro o perfeccionismo de sua criação.
As roupas do costureiro espanhol impressionavam a França e o mundo, principalmente pelo corte perfeito. Ele gostava de trabalhar com tecidos pesados e nunca se rendeu a detalhes supérfluos. Criava as peças como personagens de uma trama eloquente povoadas de símbolos inspirados em sua terra natal, a Espanha flamenca, de touros e dramas.
Aliás, esse ar dramático ganhava nuance acentuada com as cores intensas, as mesmas da bandeira de seu país e a que empunhavam seus toureiros. Balenciaga tinha clara preferência pelo preto azulado, os tons de terra,o vermelho e o turquesa.
Suas criações primavam pelo uso sofisticado da passamanaria e renda, materiais que ele empregava com certa constância nos modelos. Vestidos balonês, vestidos camisa, com “cauda de pavão”, e os casacos tipo bolero são alguns dos shapes criados por ele e que até hoje compõem o visual feminino.
Depois de sua morte, a marca, como em tantos casos similares, entrou em decadência acelerada. Foi resgatada do limbo com a contratação, em 1996, de um jovem de apenas 25 anos, Nicolas Ghesquière. A ele coube reconduzir a grife Balenciaga à vitrine das marcas modernas e mais copiadas.
Em 2001 a grife foi comprada pela Gucci. Para muitos, Balenciaga poderia ter criado um império financeiro, caso tivesse aceito lançar linhas prêt-à-porter. No entanto, ele sempre achou impossível alcançar, em escala industrial, a qualidade de corte e acabamento que fizeram de seu nome uma lenda na história da moda.